segunda-feira, fevereiro 28, 2005

O Cafajeste

Ele não é mais doce como antes.

Percebe-se no olhar. Ela gosta de ver aquele olhar duro, arrogante. Agora mais que nunca, ele se permite assumir cada vez mais suas posições, seus gostos e principalmente seus ódios. Essa arrogância, a sexualidade tosca, a masculinidade dominadora e poderosa. Todo homem quer sentir-se forte. Porque não?

Ela sabe que ainda falta muito chão pela frente, que mesmo a mais dura das personalidades têm de fletir-se um pouco para não se quebrar. Talvez a vida ensine, talvez ele compreenda. Não se sabe, mas o que ela vê muito a agrada. O primeiro esboço de um obra prima! Um homem senhor de si e de suas vontades!


O gelo está sendo quebrado, ele se despe do glacê e encarna de vez o personagem. Isso é bom e se ver.
É um bom laboratorio e mesmo não sendo verdade, ela gosta de acreditar que tem um dedo nisso. Segue acreditando, até que os saltos se quebrem e os calcanhares voltem para o chão.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Esse é um espetáculo solo

Essa sensação de desamparo às vezes vem com tanta força que a deixa assim, cansada, desarmada. Mesmo com tanta gente importante perto de si, mesmo no lugar certo, e pricipalmente - mesmo sabendo que esse desamparo é parte importante de seu processo de descoberta.

"Conhecer por conhecer é um contra-senso. Está na hora de não adiar mais respostas."

Ela gostaria de estar sendo observada, de ter alguém que realmente quisesse tê-la por perto, que realmente quisesse descobrí-la e não se intimidasse com as suas reações de auto-proteção. Mas ninguém chega mais perto do que ela permite, porque ela aprendeu muito bem como se proteger.
Essa porta não será aberta por ninguém além dela mesma. Nenhum herói virá para salvá-la, como nas suas fantasias infantis. Quando suas pernas bambearem, é bom que exista alguma superfície por perto, isso será tudo que poderá apoiá-la...
Não existe outra pessoa no trapézio, infelizmente ou felizmente, sabe-se lá.

So, lonely girl, keep going. Aprenda seu timing nesse espetáculo. Isso é tudo para esse momento. E, pode ter certeza, já vai ser um trabalho bem complicado.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

A poça.

“Tranqüilidade? Não. Acho que é só vazio. Ou melhor, lembra um pouco um intervalo. Um intervalo entre coisas já definidas. Porque eu estou definindo cada vez mais minha vida. Já sei onde estou e pra onde quero ir. E pra onde eu quero ir, com certeza, não é esse deserto dos sentidos. Por isso esse é um intervalo. Somente um intervalo.”

Ela sempre fica apreensiva com esse vazio, que não parece ruim, não é desesperador, mas incomoda. Olha as coisas e não as vê como gostaria. Não as sente como gostaria.
A melancolia é seu melhor tempero, mas desconfia que poderia cair na chatice, se tornar uma pessoa melancolicamente maçante. Exagerar o tempero.
A medida certa para esse tempero é a paixão. E a paixão tem estado ausente. Tudo ficou muito técnico.

Não se via mais como algo que pudesse ser jogado fora, ignorado... Quando se olhava no espelho, gostava do que via pela primeira vez na vida e sentia muito por não estar podendo compartilhar isso com ninguém, seja por qual motivo for: falta de interesse, de sensibilidade, de perspicácia... Sabe-se lá.....

Muita gente sem visão. Tanta gente com potencial e sem atitude. Ela se cansou de gastar tempo e energia tentando fazer pau virar pedra.

"Uma poça será sempre uma poça. Assim como um lírio nunca será uma tulipa e uma banana, bom, uma banana nunca será o que realmente quer ser..."

domingo, fevereiro 06, 2005

Rendas

Amanhece.

Releu pela quarta vez a história, mas dessa vez foi diferente. Dessa vez, em alguns trechos, chegou a cobrir o rosto com as mãos enquanto lia, constrangida. Porque agora a estranha tinha nome, tinha rosto. Não era mais estranha e não estava mais incógnita.

Era como se estivesse nua. Ou melhor, coberta apenas em uma renda de palavras que mais mostrava que escondia. Que ressaltava a voluptuosidade da personalidade que começava a descobrir. Mostrava tudo que ela ainda não conseguia mostrar de verdade...

"Já é um começo" pensa.

Ela descobre o rosto, sorri marota. Respira satisfeita e vai dormir.

Igualdade

....where do i go from here
will i get over you...

“I must get over you. I must.”
“Mas Luisa, porquê?”
“Agora nós estamos em pé de igualdade”
“Em quê, meu Deus, em quê?!”

Silêncio.

Os lábios dele arquearam-se numa forma grave. Ela sabia reconhecer isso melhor que ninguém. O chão sai dos pés do menino e ele deu lugar ao homem.

Esse é o homem que ela quis, que ela sempre desejou mas só aparece nesses momentos tristes. Por esse homem ela se arrastaria pelo chão e suplicaria perdão. Por esse homem, talvez, ela nunca tivesse se aventurado. Mas esse, esse aparece apenas para recolher os cacos e se retirar.

_Já está feito
_É, já está.

Silêncio. Ela sabe o que isso significa. Sabe que não vai ter discussão. Ela sabe que nunca vai ter a chance de dizer o porquê. O quanto dói para ela sentir-se medíocre como mulher.

Ela briga consigo mesma, naquela tensa fração de segundo...“mas ele ficou contigo, garota, não ficou? O que está errado depois de tanto tempo?” “E daí? Estar junto não é prova bastante! Pensar dessa forma é um atalho de pensamento... Burocracia emocional. Talvez companheirismo só, seja bom para os velhos, mas eu não sou velha ainda!!!! Eu não quero um relacionamento burocrático. Eu não quero sentir a sua consideração e o seu respeito. Nesse momento, isso me envenena! Será que vc não vê?!?!?! Não vê?!?! Eu não quero que você fique comigo por consideração!!!! Está feito, sim, e essa é a hora em que você pode me provar que você me quer além do que é correto. Como eu te quis. Só assim eu realmente vou acreditar em você.”

Essa atitude era o jeito dela de dizer tudo isso sem palavras, mas o que se seguiu a deixou vazia. Um vazio aterrorizante!

Tell me where does the fool go
When know that something missing
Tell me where, Where will i go from here!
Where do i go from here!

O gato

Os pelos brilhavam negros, sedosos.

Ela sempre se encantou com isso e, raspando a unha no tecido áspero do sofá, seguia provocando o bichano. Gosta de sentir os dentinhos nos dedos, enquanto as patas seguravam sua mão, brincalhonas. Essa falsa luta. Ele sabia o quanto lhe aprazia a sensação e exatamente por isso ficava lá, imóvel. Criando tensão. Muito tempo, como se nem percebesse que ela estava ali. E no momento em que ela esquecia, ele vinha majestoso, pulando, arqueado e atacava. Voraz. Brincalhão.

Brincalhão? Não sabia. “Ele sabe o momento de atacar”. Conclui: “Eu ainda não”

E divaga : “Ah, rapaz” pensa “ Você pensa que está fora da minha mira? Engana-se. Você nunca estará. Com certeza não. Eu estou um pouco cansada, mas continuo voraz. Criando tensão, aprendendo a atacar... Questão de tempo...”

Pega o bichano no colo, como a um nenê, imobilizando-o. Só pra ela....

espaço negativo

Tudo o que ela queria era um beijo. Uma confirmação de tudo o que ela acreditava que poderia ser. Mas essa confirmação não veio. Não veio e nunca virá. Nenhum sinal. Porque não era pra ser. E nunca será.

Tão triste quanto certo. O grande fracasso. A grande fracassada que ela é.

A grande fenda era bem maior do que ela jamais pensou que poderia ser. Muito maior. E engoliu tudo. Não existe nada além de olhos ocos.

Falta

Ela segurou rosto dele com a firmeza de quem quer tocar dentro.
Uma vez que chegou até ali, só era possível seguir em frente. Sempre em frente.

(saudade do futuro de antes. saudade do arrebatamento. saudade do que ela achava que seria. saudade do futuro que não aconteceu. saudade da vida como ela deveria ser sido. saudade do que era efêmero. saudade da curiosidade adolescente. saudade. saudade. saudade.)

Agora, sempre em frente, ela sentia nas mãos a chance de apaziguar toda essa saudade. E era tão suave, tão clara... “o arrebatamento que só se nota olhando bem de perto, com cuidado”
Os olhos dela já faziam isso. Agora, suas mãos o fazem. Sempre em frente. E sua boca.

Íncubo

Como de costume, depois de algum tempo na frente do monitor, ele ergue um pouco a blusa, abotoa a calça e se levanta com um passo meio hesitante. É de uma naturalidade excitante. Excitante por ser inconsciente.

Fogo. Ela se mexe na cadeira. Disfarça. Corpo de homem. Pele branca, os pêlos. Ela respira, fala baixo: _Preciso de água - e sai da sala.

Anda pelo corredor branco e claro seguida por algum íncubo reincidente que lhe turva a lucidez. Tudo parece embotado quando sente-se empurrada para dentro do banheiro masculino – “é o que você quer, cadela?” Essa é a voz. Cai num solavanco debruçada na pia. Fria. “Toma.” Pelo reflexo do espelho ela vê a feição demoníaca escondida em algum lugar daquela personalidade hesitante. Demônio. O demônio e a mulher. Tranco seco. “Aai!” – “Cala boca mulher!” . Sente a renda ceder. Sente-se formigar, inchar, lacrimejar.
As pernas amolecem: barulho na porta. Antes que pudesse pensar, ela se vê dentro de um reservado, rosto pressionado contra as pastilhas da parede. Os corpos continuam se movendo com violência, mas em silêncio. Um silêncio esganado, ardido. Homens lavam suas mãos discutindo o campeonato. Números de latrina. Escondidos, trapaceiros em pleno expediente. Ele sabe exatamente como ele a quer e a maneira que faz isso. Era do que ela precisava. Ela geme, não se contém. Mão na boca, o gozo é quase inevitável.

Os olhos dela estão vidrados. Sente as mãos molhadas. “Luisa!” Essa é a voz.
_Luisa, Luisa, pára!
_Ahn?!? _Luisa, a garrafa já está cheia... Fecha a torneira!
_Ah, é. Desculpe...
_Ê “Luccia” onde está sua cabeça?

Vê o súcubo. Escondido novamente em algum lugar daqueles olhos mansos.

_De fato, eu não estava longe. Ela responde e olha no fundo da alma dele procurando vestígios do que ela sabe que ali existe.
Ele pega a garrafa de água da mão dela e voltam para sala. Mas dessa vez, ele sentiu. Sentiu no corpo o olhar sombrio dela. Teve medo. E tesão. Mas tentou esquecer.

...

Quando chegou em casa naquele dia e olhou os olhos lúcidos e tranqüilos do seu menino, percebeu que era importante conhecer seus demônios: sendo ouvidos não poriam em risco a vida que ela havia escolhido. Desta forma, ela o abraçou com uma ternura que nunca havia se permitido antes, feliz por conseguir fazê-lo sem ansiedade, dando tudo de cristalino que a relação merecia. Dorme encostada nas costas dele, como de hábito, e sonha que não quer mais participar da peça. Quer apenas assistir. Sai da arena de terra batida que não tem palco e vai embora.

A fenda

Ela se pergunta, porque não conseguiu reagir.
As palavras faltaram, ela só conseguia ver o vazio, a grande fenda que estava se formando como um rasgo na sua vida. Ele estava sendo arrancado dela a seco, descaradamente. Ela não conseguiu reagir “Peito maldito que me faz perder a objetividade. Para que serve o que brota daí senão para sabotar a minha clareza e tirar a certeza das minhas ações? Imperdoável. Porque agora, quando está tudo perdido, você simplesmente não deixa ir e dorme? DEIXA IR! VAI! Não, não vai. Não vai e não irá. E dói, e põe hastes nos meus olhos: eles não se fecham, não descansam. ....”

Virou pela última vez na cama. Como não conseguia dormir, ela desceu. Colocou o par de meias pretas, a saia, a blusa. Vulto, sai sem fazer barulho. No elevador completa a decadência com batom. Um vermelho vulgar que deixa sua boca fina e contida fantasiada de luxuria. 7º, 6º, 5º, 4º, 3º “Eu não quero encontrar ninguém.”. 2º, 1º... Estava fora.
Ela sabia que nesse horário o movimento estava forte. Começou a andar bem devagar, com a cabeça vazia. Tinha que afogar de alguma maneira essa sensação de impotência. Venha o que vier. Buzinas, luzes. As mulheres andavam por cima de saltos e bueiros. Rápidas. Cheiro. O submundo.

_Quanto é? Ela pára. Mantém o olhar para frente
_O que disse?
_Quanto é, princesa? Com o frieza e a crueldade que reservara para si, olha em direção ao carro velho. Alguns vultos escuros transparecem pelos vidros.
_Pula fora, cara, essa não é puta.
_Vocês estão em quantos? Sorriso podre.
_Cinco.
_Ok, Me deixem entrar. A gente se acerta. Estava feito.
_Aê, tesuda, entra aê. Dois dos vultos pulam para fora e a colocam para dentro, no banco de trás. Levantam os vidros escuros.

As hienas riam-se, salivavam e cercavam a presa. Com certeza estraçalhariam-na num ritual desordenado e chulo. “para achar-se é necessário perder-se”. Não foram muito longe, o carro era grande o bastante. Pararam na frente do galpão vazio na segunda travessa. A sem saída. Repartiam entre si a carne do animal abatido. Gemiam e pingavam sobre ela. Sem saída. O cheiro, o asco, a dor, o ódio. Sem saída. Ela passa de presa a fêmea e goza selvagem como num desafio a si mesma. A noite inteira.

...

Abre os olhos. Apesar do calor, ela veste sua cacharrel preta, sua melhor cara e sai para o trabalho. A noite tinha deixado marcas, rastros esverdeados. Redentora dor de carne, anestésico da alma.
Olha a cidade e não pensa em nada. A paisagem entra pelos olhos e ocupa tudo.
Prédios casas ponto cachorro galho
...
8:30 poste luz farol pedestre
...
ponto banco degrau calçada calçada calçada calçada
...
Entra ainda de cabeça vazia.
_Bom dia gente.
_Bonjour ma belle.
_Oi amiga!
Reflexo dos óculos. _Oi Luisa.
“Oi luisa, oi luisa... luisa... Luisa sou eu. Eu, verbo, saio da tua boca. Volto, carne, quando você quiser.”
Reflexo dos olhos. _Você está muito bonita. Ontem e hoje.

Sorri de cabeça baixa. “E sempre, por você. Até que a fenda se abra de vez e nos engula toda a beleza, inspiração e alento.”

Cantigas

_ Sobe comigo. (a boca mexe, o som não sai)
_ Ah, eu preciso ir. Brigado.
_ Eu não estou te convidando. Eu estou te dizendo pra subir comigo.
A ficha não cai. O olhar dela é duro, assusta um pouco. Silêncio. Silêncio. Cai.
_ Certo.

Ele a vê dar as costas com o mesmo ar impassível com que falou. Toca a campainha, empurra a porta. Não encara o porteiro. Dama de gelo. Ela treme por dentro. Não sabe ao certo o que vai fazer. Ele passa. Está dentro. Chão de pastilhas. Elevador. Ele está apreensivo. Já havia percebido qualquer coisa mas não contava agora com isso. “Ela sabe de mim. Ela não está sozinha...”. Sorri amarelo. Gelo. Ele olha para o relógio, para os andares no marcador, para o espelho atrás deles. A luz é fria. Pensa em falar, de novo. Desiste. Gelo, luz fria, paredes de inox.

Oitavo andar, portas brancas:
_ Entra. - Casa zoada, micro ligado:
_ Senta. - Falsa casualidade:
_Quer uma água, um refrigerante? - Ele senta. Sofá abismo, sofá espinho.

Ele se sente um personagem dos contos que costuma ler. Isso de certa forma o agrada.
Ela sai de trás da bancada da cozinha, segue até a varanda e levanta a persiana como se ele não estivesse ali. Controla-se, respira, tenta fazer um movimento após o outro.

(como nos filmes, ela gostaria de ter o domínio da situação. ou de ter magnetismo suficiente para seduzi-lo, mas percebeu que esta não era sua linguagem, era muito mais uma “buddy” do que uma “lover”. o galanteio, o xaveco, não eram coisas nas quais acreditava. sentia-se muito mais a vontade dizendo o necessário sem pressionar.seria terrível perceber que alguém sentiu-se pressionado a “dar conta da fêmea”. era, de fato, intolerável.)

A vista fora da janela – “nessas situações costuma se fazer o contrário, fecham-se as cortinas.... Oras, pretensioso!” Ele se desliga dali com a vista do mar, à noite. Imenso. Embevecido.
_Danny boy. A voz dela, seca e melancólica, seu olhar voltado para a corda e a janela derrubam-no novamente ao sofá. Sofá abismo.

(ela sabe que não tem muito a oferecer. não se vê interessante. num flash se enxerga como uma grande fachada. o grande cenário, ousadia de papelão, majestoso forte que oculta nada além de um casebre na beira de um rio. simplório. ninguém se contentaria em fincar bandeira nesse território... mas o céu desse lugar agora brilha e reflete o azul daqueles olhos. que não dê para ser grande coisa, mas pelo menos deixem-na mostrar o quanto brilha. azul. algo do que se orgulhar.)

_Posso me sentar do teu lado? - Nessas situações ele não consegue fugir das frases curtas.
A boca mexe, os olhos vidram, o som não sai. _ Pode.
Sofá gangorra. Será preciso, agora, ele se equilibrar ali. É pagar pra ver. Ela se senta. Escorrega um pedaço de papel dobrado no bolso da camisa dele. Existe coisas que não se sabe porque se faz, mas sente que se deve fazer.

A voz sai baixa, meditativa, como se nem ela mesma soubesse disso.
_ Você me acalma. Deixa eu encostar a cabeça no teu peito. Silêncio. O brim áspero e beje, o perfume peculiar invade. Aquele perfume que parece só ela sente.
As crianças lá embaixo brincam no calçadão. Noite de novembro.

“Papagaio loro
Do bico dourado
Manda essa cartinha pro meu namorado
Se estiver dormindo
Bata na porta
Se estiver acordado
Mande o recado...”
Ela acabou de deixar o seu recado.

Um dia ou dois mais tarde ele lê o que ela colocou no bolso da camisa. Talvez entenda o que ela quis dizer naquele quarto de hora em que ficou com a cabeça no seu colo olhando o céu. Apenas olhando para o céu.

Azul

...um amante é um espelho através do qual você se vê com mais clareza...
"omini festinatio ex parte diabli est"